terça-feira, 15 de março de 2016

Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Niterói.

Por Sérgio Franco





Nesta terça feira, 15 de Março, será formalizado o PMUS de Niterói,  O objetivo é estabelecer a meta de deslocamento dentro do município pelos próximos dez anos. 

Serão assinados convênios com o ITDP e com a WRI e terá um financiamento de US$ 100 mil do Banco de Desenvolvimento da America Latina.

"meta principal é priorizar o transporte coletivo e o não motorizado. A consultoria consiste no levantamento de dados das regiões, com base no quantitativo de veículos individuais, coletivos, na malha cicloviária e nos horários de pico. 
Após diagnosticar a dinâmica de deslocamento da cidade, os dados serão modelados em uma rede matemática de monitoramento de vias. O sistema deve apontar os principais pontos de congestionamento a partir de informações que indicam o número de veículos trafegando, o espaço que eles ocupam na via e a dimensão da área disponível para tráfego." (Fonte: Jornal o Fluminense);
A primeira pergunta que levantamos é, já não eram para terem sido feitas estas pesquisas? Já não existe uma obra de grandes proporções em andamento que objetiva implementar o BHLT? Já não estão abrindo o túnel? E se, com as pesquisas, chegarem a conclusão que a solução seria outra que não os BHLTs ou  mesmo o sendo, e devesse ter sido em outro formato?
"Essas medidas fazem parte das etapas iniciais do PMUS, onde integramos a usabilidade dos dispositivos eletrônicos ao trabalho de campo. Dessa forma podemos obter alternativas viáveis, sem a necessidade de duplicar vias, alargar ruas ou construir pontes. Por meio desse projeto, será possível estudar as propostas da população, visto que teremos dados suficientes para analisar a viabilidade do metrô ou do BRT, como recurso de transporte em determinadas regiões”, afirma o subsecretário de Urbanismo e Mobilidade Urbana, Renato Barandier. 
Como então foi decidida a implantação do BHLT? Por que foi decidido que o mesmo só vai ligar a Região Oceânica à estação das Barcas em Charitas? (BHLTs TransOceânica).
“Nos candidatamos a essa concorrência, pois o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável representa a última diretriz a ser colocada em prática, dentro dos instrumentos de gestão. Niterói possui inúmeros projetos direcionados à mobilidade, no entanto, é preciso integrar as estratégias ao plano cicloviário e aos veículos não motorizados. Por isso, iremos incentivar o uso desses meios de transporte, oferecendo estrutura e alternativas de locomoção, por meio de diagnósticos inteligentes que serão coletados na pesquisa de campo”, palavras do subsecretário de Urbanismo e Mobilidade Urbana, Renato Barandier. 
Se é intenção da Secretaria de Mobilidade e Urbanismo incentivar o uso de veículos não motorizados, por que as ciclovias não foram contempladas por esta na Região Oceânica? Por que não estão sendo já construídas as ciclovias juntamente com as obras das vias para os BHLTs?

O Mobilidade Niterói já ouviu de representantes da Secretaria de Mobilidade e Urbanismo que não existem muitos ciclistas em Niterói.

Uma preocupação é que ocorra aqui o que ocorreu com os BRTs no Rio de Janeiro.

A ideia era  favorecer o uso das bicicletas que "alimentariam" as estações dos BRTs. Não temos conhecimento de que isso tenha ocorrido, nem bicicletários foram instalados nas estações.

E tem mais, partindo desta ideia de "alimentar" as estações dos BRTs, não foram construídas ciclovias ao longo dos BRTs. A questão que fica é, e se uma pessoa quer somente se deslocar por duas, três estações, terá que embarcar no BRT aumentando a lotação e o desconforto de todos os passageiros? Uma ciclovia estimularia o uso da bicicleta nestas curtas distâncias diminuindo a lotação dos BRTs. Será que esta filosofia será trazida para os nossos BHLTs? Cometeremos os mesmos erros?

Outra preocupação é como a pesquisa será realizada. Se forem levantados dados que só espelhem a situação do momento e não uma perspectiva de mudança poderão serem tomadas decisões que não favoreceram o uso dos transportes ativos.

Como exemplo, ao perguntar, "Você usa bicicleta como meio de transporte?" e a pessoa responde "Não",  por esta pergunta e esta resposta o governo pode chegar a conclusão que a população não quer as ciclovias; mas se perguntarmos "Você usaria a bicicleta se houvesse estrutura cicloviária adequada?", a resposta possivelmente pode ser outra como vimos no Relatório Preliminar Sobre As Bicicletas Na Cidade de Niterói, onde 94% dos entrevistados "não ciclistas" responderam que passariam a adotar as bicicletas.

Outro detalhe preocupante, é que os Planos Urbanísticos Regionais foram elaborados e já estão sendo votados sem o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável e sem nem mesmo a revisão do Plano Diretor, e no nosso entender, um não pode ser feito sem o outro.

Enfim, ainda temos as medidas imediatas que devem ser implementadas com urgência (abordaremos mais adiante), já que o número de usuários de bicicleta não para de crescer, como podemos constatar na matéria de 4 de março de 2016, 78,68% em Fevereiro de 2016 se comparado com Fevereiro de 2015, não da para deixar para daqui à 10, 20 ou 30 anos.



Lembre-se, são só 5 km!








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