Imagem: Ciclofaixa de uma das Super-ciclo rotas, Millbank, Londres
Semana passada foi anunciada a proposta de implementação da mais longa ciclovia segregada do mundo – que não existia no projeto original das “super-ciclo rotas” da capital britânica. Esta é hoje uma medida apoiada por grupos de ciclistas e criticada por instituições do centro financeiro e grupos que representam motoristas.
Para entender um pouco
melhor a controvérsia em relação às ciclovias na capital do Reino Unido,
precisamos entender um pouco a história do ciclismo utilitário no país.
Em 1934 foi criada a
primeira ciclovia segregada em Londres - entre Hanger Lane e Greenford. Embora
fosse bastante utilizada por ciclistas, a segregação foi contestada por organizações
de ciclismo, que temiam a perda de direitos para andar na rua - postura que
perdurou até recentemente. No inicio da década de 1960, devido ao aumento da
riqueza da população e uma maior disponibilidade de veículos automotores, houve
declínio nos níveis de ciclismo utilitário. Neste período o foco do
planejamento de transporte foi do tráfego de veículos em detrimento às outras
opções.
A partir dos anos 80 a
cidade voltou a investir no estímulo à utilização da bicicleta como alternativa
de locomoção e uma unidade de planejamento de infraestrutura para ciclistas foi
criada. Aos poucos foram sendo implementadas ciclo rotas, ciclofaixas e
ciclovias.
Em fevereiro de 2008
foram anunciados pelo governo iniciativas para melhorar e aumentar o uso da
bicicleta, incluindo planos para a construção de doze "super-ciclo
rotas". As primeiras duas rotas foram implementadas em 2010. O conceito
foi projetado pelo alemão Dector-Vega e incluiu um teste de ciclovias em
cruzamentos (como na Dinamarca), espelhos convexos em sinais de trânsito para
reduzir o ponto cego entre caminhões e ciclistas (como o utilizado na Suíça),
nova sinalização, e o re-design de
alguns cruzamentos para melhorar a segurança. No mesmo ano o sistema de
bicicletas compartilhadas foi lançado, o que colaborou para o crescimento na
utilização da bicicleta como meio de transporte.
Ano passado, depois de
seis acidentes fatais envolvendo ciclistas, a infraestrutura existente na
cidade foi considerada insegura e a empresa de transporte responsável pela
criação de ciclo rotas/ciclofaixas foi fortemente criticada. As ciclovias que serão
incluídas no plano clicloviário da cidade deverão ser baseadas, em grande parte,
no tipo de infraestrutura existente na Holanda e Dinamarca.
O prefeito de Londres
declarou que “fazer com que mais pessoas usem bicicletas vai reduzir a pressão
sobre as redes rodoviárias e ferroviárias, reduzindo a poluição e melhorando a
vida de todos, sendo eles ciclistas ou não".
Ruas movimentadas não vão
deixar de existir e projetos para minimizar pontos de conflito serão sempre
necessários. A solução de mobilidade para cidades é, portanto, o planejamento
cuidadoso e programas educativos, sem a priorização de um meio de transporte
frente a outro, com cuidadosas considerações onde veículos automotores devem ir
e onde não devem, tendo em mente que, em primeiro lugar, devem estar as pessoas
que vivem nas cidades.
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